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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Selo de papel faz diagnóstico de doenças

Enquanto alguns cientistas conseguiam com sucesso diminuir o tamanho de provetas, tubos de ensaio e centrifugadoras para caberem em caixas de alumínio que custam US$ 50 mil, George Whitesides tinha outros sonhos.

O teste de diagnóstico criado pelo laboratório de química em que Whitesides trabalha, na Universidade de Harvard, é do tamanho de um selo postal e custa menos do que um centavo de dólar.

Você sabe qual é o segredo? O papel.

Seus colegas miniaturizaram testes de diagnóstico para conseguir entrar nos campos com bombas minúsculas e tubos da espessura de um fio. Whitesides optou por uma abordagem mais inovadora, argumentando que uma gota de sangue ou urina poderia se deslocar por um pedaço de papel filtro sem qualquer intervenção.

Se nesse papel forem gravados pequenos canais para o sangue percorrer e eles estiverem cobertos de proteínas secas e corantes que reajam a substâncias químicas, então, o pedaço de papel do tamanho do polegar pode se transformar em um pequeno laboratório. Um laboratório que poderia ser impresso aos milhares por uma máquina copiadora.

Há quatro anos, ele fundou a Diagnostics for All na área de Brigton, aqui em Boston, para comercializar as suas ideias. A empresa privada já criou um teste que detecta problemas no fígado.

Para realizar o teste, que dura 15 minutos, é necessária apenas uma gota de sangue. Além disso, é possível lê-lo a olho nu. Se uma mancha redonda e minúscula mudar de cor-de-rosa para violeta, o paciente provavelmente corre risco.

Usar papel nos testes de diagnóstico não é algo completamente novo. Ele está na fita que absorve a urina nos testes de gravidez e o sangue nos testes de diabetes. Contudo, Whitesides patenteou os modos de controlar o fluxo usando várias camadas para obter diagnósticos cada vez mais complexos. Na avaliação realizada com amostras previamente analisadas pelo laboratório do Centro Médico Beth Israel Deaconess, do hospital universitário de Harvard, foi comprovada uma precisão de mais de 90 por cento, segundo Una S. Ryan, presidente da Diagnostics for All.

''A precisão deve aumentar se for usado sangue recém-retirado’', acrescentou a bióloga. Estão programados testes de campo na Índia para o final do ano: Inicialmente, ele se destina a doentes de Aids com tuberculose, que precisam tomar coquetéis compostos de sete ou mais medicamentos.


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