Implantes eletrônicos
Em uma inovação que supera os conceitos de roupas inteligentes e "computadores de vestir", um grupo internacional de cientistas está desenvolvendo circuitos eletrônicos não para serem usados como roupas, mas para serem implantados sob a pele.
A equipe do Professor John Rogers, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, tem uma extensa lista de proezas na área da eletrônica flexível.
Ele apresentou os primeiros LEDs flexíveis em 2009, aproveitando a tecnologia desenvolvida em seu próprio laboratório para a fabricação de circuitos integrados maleáveis, capazes de suportar deformações extremas.
Agora ele se juntou a uma equipe de colegas da Coreia, da China e de Cingapura para aplicar sua tecnologia de circuitos flexíveis no desenvolvimento de implantes médicos.
Tatuagens que acendem
O resultado é uma folha de minúsculos LEDs que pode ser implantada sob a pele. Embora a imagem imediata que salte do experimento seja a de tatuagens que se acendem, as folhas poderão servir a uma grande gama de aplicações biomédicas.
Os minúsculos LEDs implantáveis têm o formato de um quadrado com 100 micrômetros de lado e apenas 2,5 micrômetros de espessura.
Eles são fabricados sobre um substrato de vidro e depois transferidos para uma folha de um plástico conhecido como PDMS (poli[dimetilsiloxano]), que é biocompatível e disponível comercialmente a um custo muito baixo.
O plástico recobre inteiramente os LEDs, evitando seu contato direto com o organismo, algo que é importante tanto para evitar a eventual contaminação do corpo por elementos usados na fabricação dos LEDs, quanto para evitar que os fluidos corporais deteriorem as pequenas lâmpadas.
A folha de minúsculos LEDs é totalmente flexível e recoberta por um polímero biocompatível, podendo ser implantada sob a pele.
Implante de LEDs
Como possibilidade de aplicação médica, o professor Rogers cita o uso de seus implantes luminosos em suturas cirúrgicas ou como curativos capazes de monitorar a cicatrização.
Mas eles não precisam ser necessariamente implantados. Da mesma forma que é possível fabricar LEDs, é possível construir sensores ópticos.
Com isto, é possível imaginar luvas inteiramente formadas por sensores eletrônicos, capazes de realizar espectroscopia ou outro tipo de análise, fornecendo informações imediatas para um clínico durante o exame ou para um cirurgião durante a operação.
O mais interessante do experimento é que os LEDs usados são componentes inorgânicos tradicionais, e não LEDs orgânicos, feitos de polímeros. O pesquisador aponta como principal razão para isso a maior durabilidade dos LEDs tradicionais e a maior facilidade de sua fabricação, que já está largamente sedimentada na indústria.
Por enquanto as "tatuagens ativas" foram testadas apenas em animais e ainda não há previsão de testes em humanos.
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