Um tema muito discutido nos dias de hoje é a inteiração pelo meio cibernético. Ao invés de ligar para o amigo no dia do seu aniversário, as pessoas enviam um e-mail ou deixam um recado no Orkut ou no Facebook. Reuniões estão dando espaço para as videoconferências e cada vez mais a Internet torna-se um item indispensável no nosso cotidiano. E é aí que entra o conceito da cibercultura. “Ela é a cultura a partir da interligação de máquinas e pessoas, onde computadores não são um centro, mas sim apenas um nó, um terminal, um componente da rede universal de dados que interliga as pessoas e as máquinas. É uma cultura porque não está organizada como uma estrutura formal, uma opção ideológica, racial ou étnica”, explica o professor e especialista no assunto, Marcos L. Mucheroni, cujo blog tem mais de 10 mil acessos por mês.
As tecnologias anteriores beneficiaram homens em comunidades, algumas pequenas e outras grandes, os jornais, o rádio e a TV criaram uma cultura de massa capaz de criar valores e induzir a “multidão” ao consumo e a hábitos como fumar, beber ou radicalizações políticas e ideológicas, mas segundo Mucheroni, estas eram predominantemente verticais. “Isto é, um pequeno grupo de editores, donos das mídias e seus agentes ‘comunicavam’ o que queriam que fosse consumido. Agora, a partir da rede, cada pessoa, além de um consumidor, é também um produtor de conteúdos e valores, podendo escolher grupos multiculturais, multinacionais, multi-éticos e até multirreligiosos para se relacionar em rede. A cibercultura, a partir da rede, é uma estrutura muito mais horizontal e paradoxalmente muito mais coletiva, porque a relação de iguais é mais grupal que a relação hierárquica, que é mais dependente de cada indivíduo”.
Como a cibertcultura vem mudando as relações interpessoais do ser humano?
Segundo o professor, estamos acostumados e alguns até acomodados com as estruturas hierárquicas, embora a relação de autoridade sempre vá existir. “As relações interpessoais adquirem um novo valor quando somos corresponsáveis pelas ações, aprendemos e ensinamos o trabalho em grupo, somos mais capazes de conviver com o diferente, porque apenas na relação vertical algum valor pode se impor. Vivemos até o presente na modernidade a era do indivíduo, mas do indivíduo isolado, que tinha medo da relação e reagia ao diferente. Agora devemos conviver com um mundo multicultural, sem medo e com capacidade de conviver e respeitar o diferente”.
Como a cibertcultura vem mudando as relações interpessoais do ser humano?
Segundo o professor, estamos acostumados e alguns até acomodados com as estruturas hierárquicas, embora a relação de autoridade sempre vá existir. “As relações interpessoais adquirem um novo valor quando somos corresponsáveis pelas ações, aprendemos e ensinamos o trabalho em grupo, somos mais capazes de conviver com o diferente, porque apenas na relação vertical algum valor pode se impor. Vivemos até o presente na modernidade a era do indivíduo, mas do indivíduo isolado, que tinha medo da relação e reagia ao diferente. Agora devemos conviver com um mundo multicultural, sem medo e com capacidade de conviver e respeitar o diferente”.

O mestre em História da Ciência e doutor em Sociologia e Ciência da Informação e da Comunicação pela Universidade de Sorbonne, da França, Pierre Lévy, diz em seu livro “Cibercultura” que o consideram um otimista e que todos estão certos. “Meu otimismo, contudo, não promete que a Internet resolverá, em um passe de mágica, todos os problemas culturais e sociais do planeta. Consiste apenas em reconhecer dois fatos. Em primeiro lugar, que o crescimento do ciberespaço resulta de um movimento internacional de jovens ávidos para experimentar, coletivamente, formas de comunicação diferentes daquelas que as mídias clássicas nos propõem. Em segundo lugar, que estamos vivendo a abertura de um novo espaço de comunicação e cabe apenas a nós explorar as potencialidades mais positivas deste espaço nos planos econômico, político, cultural e humano”.
O professor Marcos complementa, dizendo que como se trata de uma cultura coletiva e não individualista, a rede e o coletivo podem mudar o mundo. “Em rede cada pessoa pode fazer a diferença, pois ela ‘sente’ todo nó que está nela e reage a qualquer mudança em um dos nós. Esta nova modalidade do ‘ser’ é a virtualização deste potencial coletivo, virtual no sentido de potencial, daquilo que pode ser atual”.
O que poderá mudar na cibercultura?
Mucheroni finaliza dizendo que estamos vivendo uma mudança antropológica do momento em que se construiu o indivíduo, seus direitos e liberdades, mas sobre o olho autoritário do Estado e das diversas formas de poder e de hierarquia humanas, ele volta a enfatizar que as autoridades e os papeis continuarão a existir, mas o seu exercício será mais dialogal e menos impositivo. “Percebemos que poucos no comando de países, nações e estruturas sociais podem também corrompê-las, desvirtuá-las, o que significa tirá-las do virtual, ou seja, do seu potencial e até mesmo destruí-las em alguns casos extremos, como a economia e a ecologia de nossos dias. Mas também a saúde, a administração pública e muitos outros setores da vida humana podem ser afetados pela cibercultura e espero que consigam. Separar os sujeitos de seus objetos foi a tarefa da modernidade, reunificá-los na arte, na cultura, enfim, em todos campos da humanidade. Eis aí a tarefa da cultura em rede”.
O professor Marcos complementa, dizendo que como se trata de uma cultura coletiva e não individualista, a rede e o coletivo podem mudar o mundo. “Em rede cada pessoa pode fazer a diferença, pois ela ‘sente’ todo nó que está nela e reage a qualquer mudança em um dos nós. Esta nova modalidade do ‘ser’ é a virtualização deste potencial coletivo, virtual no sentido de potencial, daquilo que pode ser atual”.
O que poderá mudar na cibercultura?
Mucheroni finaliza dizendo que estamos vivendo uma mudança antropológica do momento em que se construiu o indivíduo, seus direitos e liberdades, mas sobre o olho autoritário do Estado e das diversas formas de poder e de hierarquia humanas, ele volta a enfatizar que as autoridades e os papeis continuarão a existir, mas o seu exercício será mais dialogal e menos impositivo. “Percebemos que poucos no comando de países, nações e estruturas sociais podem também corrompê-las, desvirtuá-las, o que significa tirá-las do virtual, ou seja, do seu potencial e até mesmo destruí-las em alguns casos extremos, como a economia e a ecologia de nossos dias. Mas também a saúde, a administração pública e muitos outros setores da vida humana podem ser afetados pela cibercultura e espero que consigam. Separar os sujeitos de seus objetos foi a tarefa da modernidade, reunificá-los na arte, na cultura, enfim, em todos campos da humanidade. Eis aí a tarefa da cultura em rede”.
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